É bastante conhecida a expressão latina "in vino veritas" . Pode-se entender que, sob a ação do vinho, prevalece a verdade e as palavras proferidas nesse estado são sinceras e espontâneas.
Degustando um Carmenère e inspirada pela "Oda al Vino", de Neruda e pelo filme "Sideways - Entre Umas e Outras", traço uma das minhas rotas favoritas por este país, a rota do vinho.
VINO color de día, vino color de noche, vino con pies de púrpura o sangre de topacio, vino, estrellado hijo de la tierra, vino, liso como una espada de oro, suave como un desordenado terciopelo... vino de vida... abundancia de flores...Que lo beban, que recuerden en cada gota de oro o copa de topacio o cuchara de púrpura que trabajó el otoño hasta llenar de vino las vasijas y aprenda el hombre oscuro, en el ceremonial de su negocio, a recordar la tierra y sus deberes, a propagar el cántico del fruto".
Tenho um amigo brasileiro que descreveu de maneira simples mas certeira o vinho chileno: " você chega no supermercado, fecha os olhos e escolhe qualquer um, todos são bons".
O vinho chileno tem cerca de 450 anos de idade. A arte de fazer vinhos foi trazida pelos conquistadores espanhóis em meados do século XVI e tem uma relação direta com a história do Chile. A primeira colheita de uvas que se tem registro aconteceu em 1531.
Em 1851, o agricultor Silvestre Ochagavia começou a substituir as uvas espanholas por variedades francesas, como Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Malbec, Merlot, Pinot Noir, Sauvignon Blanc, Sémillon e Riesling.
É no final do século XIX que a história do vinho chileno muda de rumo. Nessa época, uma praga conhecida como filoxera devastou os vinhedos da Europa e muitos enólogos e técnicos europeus imigraram para a América do Sul. No Chile, eles encontraram as condições ideais para desenvolver a produção de vinhos.
Estando em Santiago você tem infinitas opções para fazer essa rota. Pode-se escolher entre participar de algum curso relâmpago de desgustação, realizado em alguma das várias lojas especializadas, à um passeio de meio-dia a algum dos vinhedos mais próximos da capital e/ou , dispondo de mais tempo, um passeio de fim de semana a alguns dos vales do vinho: Colchagua, Maipo, Casablanca, Curicó, entre outros. Deguste e desfrute essa jóia chilena que foi e continua sendo fonte de inspiração para tantos poetas e escritores.
Liz
